segunda-feira, 8 de outubro de 2018

elogiar

quem ainda não se deparou com aqueles miúdos reguilas, por vezes e ao início, engraçados mas que, com o tempo, se tornam irritantes, perturbadores?

quem ainda não teve de negociar comportamentos, atitudes, disposições em sala de aula daqueles alunos desinteressados, alheados, indiferentes, por vezes repetentes?

acreditem que vale muito mais e é muito mais eficaz criar alguma empatia, elogiar em vez de reprimir,

um elogio faz mais que muitas pretensas palmadas; é ver o sorriso a abrir-se, a confiança a instalar-se, perceber que, afinal, não é só fel, também há mel

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

a leveza de uma profissão

a aprovação do decreto lei do governo, recusando e negando o que os professores defendiam, dá conta do peso cada vez mais leve, senão mesmo vazio, em que a profissão docente tem caído;

uma profissão vez mais funcionalizada e composta por grande número de simples funcionários;

por onde tenho andado e fruto de diferentes circunstâncias e situações (cansaço, idade, políticas, constrangimentos), não tenho dado conta de militantes da profissão, isto é, de gente implicada, conivente, interessada na sua profissão;

tenho dado conta de excelentes profissionais, empenhados e interessados na sua ação individual, restringida e circunscrita à sala de aula; 

faltam docentes que sejam exemplos, que mobilizem o conjunto, que sejam referências profissionais e sociais; 

no dia internacional do professor, um voto de reconhecimento a todos quantos abraçaram esta profissão; 

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Foco e colaboração

Quando se passa a trabalhar por projeto registo duas dificuldades.

Gerir a liberdade e a autonomia; o aluno não está habituado a estar por si, está habituado a ter orientação, pastor, guia, orientador. A liberdade também se aprende.

Foco. O aluno, por uma questão de dificuldade de gerir a sua liberdade, dispersa-se, não cria um foco e tanto vai numa direção como no seu contrário, vai num sentido, como o altera repentinamente.

Os primeiros trabalhos servem para ajudar e apoiar o aluno a aprender a gerir a sua liberdade e a criar o seu foco.

avaliação formativa

todos, ou quase todos, os professores utilizam a avaliação na sua vertente formativa;

mas será efetivamente assim?

ou, a utilização que é feita tem uma intenção e acaba por cumprir outros objetivos?

será quea maior parte dos professores consegue efetivamente avaliar sem fazer testes?

aqui ficam cinco razões para a avaliação formativa; com a particularidade de, em inglês, se conseguir descriminar ainda melhor:

assessment for learning ou assessment of learning

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Início dos trabalhos

Sinto dificuldades em criar uma comunidade de aprendizagem (também reconheço que não tenho feito grandes esforços nesse sentido);

mas dei início, com alguns grupos, ao trabalho de projeto;

por enquanto ainda a título de exemplo, a criar passagens, mais ou menos suaves, entre a teoria que tenho apregoado e a prática que se irá, progressivamente, aprofundando;

dou conta da boa receptividade por parte da grande maioria dos alunos; de outros, que não recebem tão bem, dou nota da expectativa, do benefício da dúvida que é concedido;

primeiros momentos... gosto

Comentários

sempre que início um novo ano letivo, tenho (e sinto) a preocupação de alertar os diretores de turma para eventuais comentários ou pedidos de esclarecimento que os encarregados de educação solicitem por via do metodologia de trabalho que utilizo - trabalho de projeto;

este ano, assim fiz;

foram poucos (se é que houve algum) que me deu atenção; ouviram as minhas palavras, disso não tenho dúvidas, mas não lhe terão dado a atenção que eu solicitava - reconhecida pela prática;

resultado, já nestas primeiras reuniões, em turmas onde já vou mais adiantado, surgem comentários, dúvidas e questões;

o problema não são os pais/encarregados de educação solicitarem esclarecimentos, que considero legítimos, o problema passa pelos professores que, por não terem escutado, não sabem esclarecer;

é o hábito...

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Pedagogia defensiva

Há, uma medicina defensiva, aquela em que o médico prescreve exames atrás de exames, umas vezes para se salvaguardar outras para entreter o paciente/utente.

Mas também há uma pedagogia defensiva, aquela em que não ata nem desata, que cumpre escrupulosamente o programa, as orientações curriculares ou as determinações dos órgãos da casa.

Jogar à defesa é não querer ganhar o jogo, é arriscar pouco para ganhar pouco,

Tenho pena do que se perde, das oportunidades que se desperdiçam, dos futuros que não se conquistam.

Jogar à defesa é ser reprodutivo e não criativo, é ser gerido e não autónomo, é fazer o mesmo, sempre, é repetir a dúvida.

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Sobre a escola (inquietações 2)

Deixei passar o fim de semana. Habitualmente não gosto de, nesses dias, me aproximar das máquinas.
Recupero algumas inquietações, agora sobre a escola e com a imagem de um livro recente que aborda as questões entre o povo, na sua acepção mais grega, e a tecnologia.

Em tempos em que a tecnologia nos invade qual o espaço para a escola?
Em tempos em que os laços se diluem e as famílias se reconfiguram, quais os objetivos da escola?
No contexto da escola que disciplinas, qual o papel da sala de aula, o que deve lá entrar e o que não deve sair?
Que relações estabelecer, com quem, porquê e para quê?
Em tempos em que se apela à inclusão, ao respeito pelas diferenças qual o papel da homogeneização educativa e da uniformização escolar?